Aos 36 anos, o produtor musical Yan Phelipe coleciona histórias que atravessam o samba, o funk, o rock e a espiritualidade — uma trajetória que começou na periferia de São Paulo e hoje ecoa em produções de artistas consagrados no Brasil e no exterior. Yan, carrega na bagagem o ritmo da Bahia herdado pela família e a pluralidade musical que sempre embalou seu cotidiano.

Desde a infância, o universo sonoro de Yan era repleto de referências que formaram seu gosto e sua sensibilidade artística. Cartola, Luiz Gonzaga, Michael Jackson, Roberto Carlos, Milton Nascimento, Racionais MC’s — as vozes que cantavam nas rádios de casa se misturavam ao som das rodas de samba da família. “A emoção vinha antes do gênero”, ele costuma dizer. A música não era só trilha sonora, era herança, identidade e sobrevivência.
Sua grande inspiração foi o irmão mais velho, Fabiano, o Binho Brown, percussionista renomado no mundo do samba. Com ele, Yan aprendeu mais que ritmos — entendeu o valor da arte como resistência. Começou cedo nos bastidores, como roadie, carregando equipamentos, montando palcos e absorvendo tudo com atenção quase religiosa. Logo se tornou assistente de produção, atuando em grandes shows de nomes como Kiss, Scorpions e Helloween. O contato com o rock ampliou sua visão técnica e reafirmou uma certeza: a música é universal.
Determinando a investir na própria formação, Yan buscou capacitação além dos palcos. Estudou linguagem corporal, gestão de pessoas e comunicação e se aprofundou em liderança e inovação por meio da plataforma HarvardX. Combinando técnica e sensibilidade, tornou-se referência em produção musical com um olhar humano e transformador.
Durante a pandemia, enquanto a maioria dos eventos culturais estavam parados, Yan se moveu. Liderou ações sociais para apoiar músicos e comunidades em vulnerabilidade, canalizando sua rede de contatos e sua experiência em gestão cultural para criar pontes onde só havia silêncio.
Com raízes profundas no samba, Yan expandiu sua atuação e conquistou espaço também no funk, trap, pagode e pop. Trabalhou ao lado de líderes da cena periférica, como Presidente e Jota, ajudando a consolidar o funk como expressão legítima da juventude marginalizada. Para ele, a música que vem da base é uma arma poderosa contra o preconceito e a desigualdade — “um megafone da quebrada”, como costuma afirmar.
Atualmente, está à frente de um selo musical independente, que une talento, inovação e responsabilidade social. O projeto apoia artistas de diferentes vertentes e valoriza o impacto da cultura na transformação de vidas. Seus mentores espirituais e profissionais incluem Deus, o CEO Miguel, Thiago Brunet, Jackson Marques, e a influência permanente deMano Brown, ícone de resistência e consciência negra.
Espírita de fé aberta e respeitosa, Yan acredita no amor acima das religiões. É querido por artistas, técnicos e produtores, mas principalmente por quem vive a música com o coração. Seu nome circula nos bastidores da arte com respeito e admiração — não apenas pelo talento, mas pela postura ética e pela entrega genuína ao que faz.

Mais do que um produtor musical, Yan Phelipe é ponte. É propósito. É a prova viva de que quem vem da periferia pode alcançar o topo — sem abandonar as raízes. Seu nome ecoa com força, ritmo e verdade. E sua missão vai além do som: é sobre tocar vidas, com respeito, arte e amor.