Neli Álvaro: A estrategista brasileira que está redesenhando o futuro do capitalismo de impacto

Por Elisângela Dias

Em um ambiente corporativo saturado por discursos sobre propósito e ESG, poucas lideranças realmente entregam resultados que transformam realidades. Neli Álvaro Silva Antonio, Chief Value Officer (CVO) Global da Balkis Capital e do Grupo ART BR 360, é uma dessas raras exceções.

Autista nível 1 e uma das vozes mais influentes da nova economia de impacto no Brasil, Neli está à frente de um projeto ousado: a criação da HouseChain, um ecossistema que une fintechs regionais, construção industrializada e blockchain para democratizar o acesso à moradia e, ao mesmo tempo, reposicionar o papel do capital no desenvolvimento social.

A origem de uma arquiteta de ecossistemas

A trajetória de Neli é, por si só, uma narrativa de superação e genialidade estratégica. Nascida em uma família de recursos modestos, ela enfrentou perdas pessoais, problemas de saúde e a dura realidade da desigualdade social. Começou a vida como vendedora e cantora, até descobrir sua verdadeira vocação: a captação de recursos com propósito.

“Captação não é pedir dinheiro. É construir pontes entre o capital e o invisível, entre a legislação e o sonho das comunidades”, afirma.

Essa visão a levou a fundar o Centro de Apoio Neandro Silva (CANS), organização que opera no Brasil e em Portugal, e que já impactou mais de 8 mil vidas com ações de formação cultural, inclusão social e projetos de moradia. O CANS é o braço social do Grupo Meekah, conglomerado que, em apenas dois anos, movimentou mais de R$ 60 milhões em iniciativas de impacto.

A neurodivergência como vantagem competitiva

Em um mercado que valoriza a superficialidade e a pressa, Neli transformou a neurodivergência em diferencial estratégico. “Ser neurodivergente me ensinou a observar padrões invisíveis e agir com profundidade analítica. Isso me tornou mais precisa e criativa.”

Essa capacidade de enxergar sistemas complexos e antecipar movimentos macroeconômicos é o que define sua abordagem. Para ela, cada projeto é uma engrenagem dentro de um ecossistema de impacto escalável, no qual o lucro e a transformação social coexistem.

HouseChain: o elo entre fintech, blockchain e moradia popular

Com a HouseChain, Neli quer resolver três gargalos históricos do mercado imobiliário brasileiro: exclusão financeira, déficit habitacional e custos elevados de construção. A meta é clara 30 mil moradias em 48 meses, beneficiando 120 mil pessoas e movimentando R$ 3,6 bilhões.

O modelo prevê cem fintechs regionais operando como Sociedades de Crédito Direto (SCDs), regulamentadas pelo Banco Central, oferecendo crédito acessível para famílias que nunca conseguiram financiamento habitacional. A tecnologia ISOPWALL de construção industrializada reduz custos em até 30% e prazos em 75%, tornando o sonho da casa própria tangível em apenas 60 dias.

Além disso, a HouseChain integra blockchain e tokenização de ativos imobiliários, abrindo caminho para uma nova forma de investimento inclusivo, transparente e descentralizado.

“Estamos construindo a base de uma economia onde ativos reais serão fracionados, democratizados e acessados por qualquer pessoa, em qualquer lugar”, explica Neli. “Mas cada etapa no seu tempo primeiro, provamos que o modelo funciona em escala.”

Muito além do assistencialismo: nasce o Banco de Desenvolvimento da Nova Economia

Paralelamente à HouseChain, Neli trabalha na criação do Banco de Desenvolvimento Socioeconômico e Cultural, uma instituição híbrida que deve financiar projetos sustentáveis com crédito, formação e capital semente.

Fontes próximas à Balkis Capital afirmam que o projeto poderá incluir stablecoins lastreadas em ativos reais, mecanismos DeFi (finanças descentralizadas) e modelos de governança compartilhada — uma ponte entre o sistema financeiro tradicional e o universo cripto.

“O futuro do dinheiro não é apenas digital é descentralizado, transparente e humano”, antecipa Neli, com o tom de quem enxerga o futuro enquanto o constrói.

A líder que pensa em décadas

O que diferencia Neli de outros executivos é sua visão de longo prazo. Enquanto muitos se guiam por trimestres fiscais, ela desenha arquiteturas para as próximas décadas.

Sua liderança combina rigor analítico e sensibilidade social, performance e propósito o que ela define como “performance com alma”.

Essa filosofia já começa a inspirar novas gerações de empreendedores sociais e investidores de impacto. “O verdadeiro risco não está em emprestar a quem não tem histórico de crédito, mas em perpetuar sistemas que excluem quem tem potencial”, afirma.

Uma nova economia em construção

No cerne do trabalho de Neli está a convicção de que é possível unir rentabilidade e impacto social sem abrir mão de governança e transparência.

O que ela e sua equipe constroem não é apenas uma empresa é uma infraestrutura para o futuro do capitalismo de impacto. Um modelo híbrido, onde fintechs, blockchain e projetos habitacionais convergem para uma mesma missão: incluir, prosperar e transformar.

“Estamos provando que é possível lucrar fazendo o bem e fazer o bem com eficiência e escala”, resume.

Se o século XXI busca um novo símbolo de sucesso capaz de unir inovação, propósito e impacto talvez ele já tenha nome, rosto e missão: Neli Álvaro Silva Antonio, a estrategista brasileira que está redesenhando o capitalismo para servir a todos, não apenas a poucos.

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